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QUINTA DA MIGALHA


INTRO
Na elaboração da proposta de loteamento foi tida em consideração toda a envolvente da parcela por forma a conseguir uma integração urbana e paisagística da intervenção. A propriedade apresenta um conjunto de particularidades relacionadas o seu aspeto rural/rústico, com grande predominância de vegetação e sons da vida animal, que nos transpõem um sentimento de tranquilidade e comunhão com a natureza, fazendo-nos esquecer da urbanidade existente na cidade sol. É de salientar a beleza e a presença sonora do piar dos pássaros, que confere à zona um carisma diferenciador, de tranquilidade de campo. Estas características foram interpretadas como oportunidades no desenvolvimento da proposta. A intervenção tem como conceito “habitar o verde”, “requalificando o espaço ambiental e natural, com o objetivo de criar um espaço urbano que preserve as características sonoras, visuais e ambientais, apostando na reinterpretação das atividades e funções de um espaço rural, numa imagem contemporânea, propondo deste modo um desenho urbano que aposte na qualidade do espaço/ambiente, do conforto, do tempo de lazer e de contemplação”. Pretende-se ainda “gerar um desenho e uma atmosfera capazes de propiciar uma transição suave entre a natureza e o urbano e simultaneamente uma interação desinibida e acolhedora, entre o individuo e a Natureza” bem como, o “equilíbrio” das intervenções que se pretende que possuam “uma relação caracterizada por uma dinâmica contínua”. Desta forma o desenho urbano que se apresenta tende à criação de um espaço urbano de qualidade ambiental, preservando o máximo a sua vegetação arbórea, alterando a imagem atual de zona desarticulada e constituindo uma nova unidade de célula urbanística nuclear que funcionará com um ponto de articulação entre a envolvente da Rua Gago Coutinho e a urbanidade existente na Cidade de Sol com a “vida tranquila do campo”, articulando-a com o a envolvente predominante “verde”. Deste modo interpretou-se o “verde” como o elemento primordial e unificador da proposta, desenvolvendo uma solução onde o manto “verde” assume-se como “homine-presente” que envolve as zonas habitacionais e nos acompanha ao longo dos percursos e que cria espaços de lazer e recreação. Na distribuição dos conjuntos habitacionais no solo foram tidas em consideração as características do solo existente (proximidade de zonas húmidas associadas às linhas de água a nascente da Quinta da Migalha), a topografia, a direção e predominância dos ventos de verão, a exposição, os valores da intensidade solar e os desafogos visuais, desenvolvendo uma proposta dinâmica que articula a unidade urbanística proposta com os aglomerados urbanos existente, criando um anel através da tipologia do edificado (em Banda) a construir, que dá origem a uma zona interior descomprimida, criando uma transição entre a envolvente urbana e esta zona mais rural. Criando, deste modo um equilíbrio e um compromisso entre ambos, “cozendo” o território, permitindo privilegiar a continuidade espacial e preservar a permeabilidade visual do território à escala do pião. Como foi referido anteriormente pretende-se preservar a sua imagem, o seu carisma atual e ao mesmo tempo potencializar os desafogos visuais das habitações sobre a paisagem. A implantação dos edifícios no empreendimento desenvolver-se-á em 62 lotes, sendo todos destinados à habitação unifamiliar.

DESENHOS

INFO
Localização: Santo António, Barreiro
Status: Ongoing
Ano: 2019
Cliente: Estrela Montes
Área: 4,7 ha
Levantamento Topográfico: GEOTRILHO
Arquitetura: MA Arquitetos
Arquitetura Paisagista: MA Arquitetos
Visualizacoes 3D: MA Arquitetos